Por forma a melhor se entender o que é a Harmonização, é preciso compreender alguns aspectos fundamentais.

O som do piano depende principalmente da qualidade de quatro factores: Concepção/Construção, Especificações das cordas e bordões, Harmonização das Cabeças de Martelo, e Afinação.

Por Harmonização, pode entender-se, a arte de esculpir o som. O serviço de Harmonização de um piano compreende na verdade, várias fases que incluem, alinhamento, rectificação, e a harmonização propriamente dita. Esta última, consiste na redistribuição da densidade em várias zonas do feltro. Podem surgir 3 casos genéricos, falta de densidade, excesso de densidade ou densidade mal distribuída. O resultado pretendido é conseguido, ora inserindo agulhas de vários diâmetros, em zonas especificas do feltro, na quantidade de vezes necessária, e rectificações com lixas de várias gradações, ora com vernizes específicos para o efeito que são adicionados cirurgicamente, em quantidades precisas.

Um piano bem Harmonizado garante não só um equilíbrio tímbrico desde os graves até aos agudos, como também desde os pianíssimos até aos fortíssimos, solicitando progressivamente das cordas, a riqueza, o brilho e os harmónicos. A tendência, com a utilização do piano e consequente rigidez das cabeças, é que o som vá ficando cada vez mais agressivo e desigual de nota para nota, a precisar de harmonização. Cada cabeça de martelo é constituída por um centro de madeira, (Mogno, Bordo, Castanheiro ou Bétula, entre outros), e um revestimento de feltro de lã virgem de ovelha, o mais pura possível, que é colado a cerca de 200 graus celcius e prensado a cerca de seis toneladas.

Este é um dos trabalhos na manutenção de um piano que exige mais experiência, sensibilidade e perícia, visto que uma harmonização mal feita pode ser irreversível, devendo por isso ser efetuada por técnicos profissionais.

Em cada piano e, de acordo com as exigências, o som pode ser adequado de forma a garantir a sua satisfação.